O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (lqPR) encerrou o mês de maio de 2009 em alta de 3,38%, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O índice geral foi puxado pelos produtos de origem vegetal cujo índice subiu 4,77%, uma vez que o índice dos produtos animais terminou o mês com variação negativa de 0,05%.
No acumulado dos últimos 12 meses, os índices geral e de produtos vegetais apresentam variações positivas, respectivamente de 4,34%, e de 4,94%. Já o índice de produtos animais tem variação acumulada negativa de 2,52%.
As altas mais expressivas foram verificadas nos preços do feijão (18,74%), da cana de açúcar (7,12%), do leite tipo C (6,85%), do milho (6,42%) e da soja (6,17%). “Em relação ao feijão, a estiagem na região Sul do Brasil provocou redução na safra anunciada e os preços começam a reagir com maior intensidade”, dizem os pesquisadores Eder Pinatti, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves e Luis Henrique Perez.
Entretanto, os mesmos preços partem de patamar muito baixo, inferiores mesmo ao custo médio de produção, observam os técnicos. “Tanto assim que ainda os preços estão bastante menores que os verificados no mesmo período de 2008. Logo, tem-se ainda um processo de recuperação da rentabilidade dessa lavoura.”
Já os preços da cana-de-açúcar subiram em função do aumento dos preços internacionais do açúcar e do conseqüente incremento das exportações de açúcar. Este fato foi proporcionado pela quebra de safra em grandes produtores mundiais.
Por sua vez, as cotações dos leites (principalmente o tipo C) aumentaram em virtude da diminuição da oferta do produto. As pastagens estão com baixa qualidade pela falta de chuva em algumas regiões (Centro Sul) e pelo excesso em outras (Norte-Nordeste). “Entretanto, este aumento não justifica os altíssimos preços praticados no varejo”, dizem os autores da análise. “Esta majoração é observada para o leite UHT (“caixinha”). Já o leite pasteurizado (“saquinho”) e o leite em pó não apresentaram um aumento tão expressivo.”
Em relação ao milho, houve recuo da situação vivida em 2008 quando as exportações brasileiras do produto foram relevantes, observam os técnicos. “A queda dos preços internacionais vem sendo compensada pela retomada do consumo interno, pressionado pela quebra da safra de verão. Além disso, trata-se ainda de um processo de acomodação dado que os preços ainda estão menores que no mesmo período de 2008.”
Os preços internacionais da soja, produto no qual o Brasil se constitui em relevante agente internacional, e a desvalorização cambial explicam o movimento ascendente dos preços internos, que já estão superiores aos verificados em igual período de 2008.
As quedas mais significativas ocorreram nos preços do tomate (29,39%), da carne suína (12,86%), do amendoim (8,34%), dos ovos (4,77%) e do arroz (2,88%). A maior disponibilidade do tomate no mercado fez com que a cotação do produto recuasse.
No caso da carne suína, a queda das cotações está associada à redução do consumo, provavelmente pelas notícias da gripe A (H1N1). Quanto aos ovos, o recuo nos preços “é decorrência da redução do consumo no período posterior a quaresma, quando sua cotação estava em alta devido à demanda aquecida. Porém a tendência para as próximas semanas é de elevação dos preços”, prevêem os pesquisadores do IEA.
No período de um ano (comparação com maio de 2008), as altas mais relevantes ocorreram nos preços da cana de açúcar (17,34%), da soja (8,95%) e do café (0,69%). Já as maiores quedas foram verificadas nas cotações do amendoim (53,04%), do tomate (44,08%), do feijão (42,04%), do trigo (33,57%), da carne suína (28,35%), da banana (25,57%) e do milho (21,88%).
link lqPR : http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=10509
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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