Um grupo de 26 profissionais da área de processamento de alimentos responsáveis pela garantia da qualidade na indústria se qualificou esta semana em curso inédito oferecido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) para atuar como Preventive Controls Qualified Individual (PCQI), especialista exigido nas empresas fabricantes de alimentos em território norte-americano e também para aquelas que exportam diretamente para os Estados Unidos ou vendem ingredientes para quem comercializa ou produz alimentos nos EUA.
Coordenado pelas pesquisadoras Maria Isabel Berto e Michele Nehemy Berteli, do Grupo de Engenharia de Processos (GEPC), e Marisa Padula, do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), o curso Food Safety Preventive Controls Alliance (FSPCA, em português Aliança de Controle Preventivo de Segurança Alimentar) foi ministrado pelo engenheiro de alimentos Dr. Bruno Meireles Xavier, da Cornell University, nos EUA, com o auxílio do também engenheiro de alimentos e professor Dr. Uelinton Pinto, da Universidade de São Paulo (USP).
Padronizada e reconhecida pela Food and Drug Administration (FDA), a capacitação ocorreu durante três dias e os participantes receberam materiais de consulta originais, emitidos pelo FSPCA, além de certificados. Foram abordados controles preventivos, Food Safety Plans (FSP), boas práticas de fabricação e outros programas pré-requisitos, e riscos de natureza biológica, química, física e de motivo econômico.
ambém foram temas do curso passos preliminares no desenvolvimento de um plano de segurança dos alimentos, fontes de informação para preparação do FSP, controles preventivos relacionados a processos, alergênicos, sanitização e cadeia de fornecedores, procedimentos de verificação e validação, record keeping, planos de recall, análise de riscos e controles preventivos associados a riscos para alimentos para consumo humano.
Dr. Xavier ressalta que a qualificação, possibilitada por programa de extensão da Cornell, é importante diante do maior rigor da legislação atual norte-americana, com procedimentos muito bem definidos. “Essa informação do legislador até as empresas é difícil, então a gente está nesse meio trazendo a informação aos proprietários de indústrias, que muitas vezes são pequenas, até mesmo com dois funcionários, e outras vezes muito grandes, mas que têm a mesma dificuldade de acesso por terem tantos produtos”, explica.
Para o engenheiro, participar do curso é diferente de ler a lei pela internet. “Existe a expectativa, que é muito relacionada a situações culturais ou expectativas de um fiscal nos Estados Unidos, que são completamente diferentes das expectativas de um fiscal no Brasil, e isso precisa ser entendido. Então a principal função de eventos como esse é que a gente traz uma informação cotidiana, como essa lei se reflete no dia a dia da indústria".