O custo operacional efetivo da produção de cenoura em sistema orgânico, na região paulista de Bebedouro, é de R$ 11.261,06 por hectare, de acordo o estudo de pesquisadores da APTA Regional, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O item que mais onerou o custo é composto pelos insumos (36,98%), particularmente embalagens e sementes, que totalizaram R$ 4.164.50 por hectare.
Já as operações de pós-colheita (lavagem e classificação do produto) responderam por 33,30%, ou R$ 3.750,00 por hectare. As operações manuais na condução da cultura (principalmente colheita) foram o terceiro item de maior peso no custo (18,07%), ou seja, R$ 2.035,00 por hectare.
Por fim, as operações mecanizadas, que respondem por 11,65% do custo (ou R$ 1.311,56 por hectare), referem-se particularmente ao preparo do solo e dos canteiros, distribuição de composto orgânico, transporte interno e irrigação.
No sistema convencional, dizem os autores do trabalho, o item “insumos” também é o fator que mais onera o custo, embora em percentuais superiores (46,64%). “Essa diferença se deve ao uso de fertilizantes formulados, fungicidas, herbicidas e inseticidas.”
Nas operações mecanizadas, o sistema convencional apresenta maior percentual de custo (18,66%) do que o do sistema orgânico. Isto porque são utilizadas as operações adicionais de adubação em cobertura (duas) e de aplicações de herbicida (duas) e de agrotóxicos (17), ou seja, inseticidas e fungicidas.
Por sua vez, a maior presença de operações manuais no sistema orgânico da cultura deve-se ao fato da necessidade de cobertura dos canteiros com matéria seca e incorporação de composto orgânico no solo, além da semeadura, desbastes, colheita e carga e descarga manuais.
O sistema orgânico de cultivo da cenoura dos produtores da região é economicamente viável tecnicamente, ao apresentar 33,7% de rentabilidade, concluem os pesquisadores. Assim, a cenoura em sistema orgânico de produção caracteriza-se como boa opção para a agricultura familiar, dada a maior presença de operações manuais.
O estudo foi elaborado pelos pesquisadores Fernando Bergantini Miguel e Regina Kitagawa Grizotto (APTA Regional Alta Mogiana), Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto (APTA Regional Centro Oeste) e Ricardo Firetti (APTA Regional Alta Sorocabana).
A íntegra do estudo está disponível em:
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