Encontra-se em fase de desenvolvimento o estudo “Análise econômica comparativa dos sistemas de cultivo integral e de ‘engorda’ da ostra-do-mangue, Crassostrea spp, no estuário de Cananéia, São Paulo, Brasil”, dos pesquisadores Marcelo Barbosa Henriques, Ingrid Cabral Machado e Lúcio Fagundes, do Instituto de Pesca (IP-APTA) vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Segundo especialistas, a ostra-do-mangue foi o principal produto da pesca artesanal do estuário de Cananéia, em termos de volume desembarcado, nos anos de 1999 e 2000, passando para o segundo e terceiro lugar, respectivamente, nos dois biênios subseqüentes. O estuário de Cananéia tem condições favoráveis para o desenvolvimento de bancos naturais da ostra-do-mangue, tornando a região a principal produtora desse recurso no estado de São Paulo.
Em meados dos anos 1990, um projeto interinstitucional introduziu a ´engorda` de ostras junto às comunidades extrativistas de Cananéia. Essa atividade, derivada da tecnologia de cultivo integral, consiste na “semeadura” de ostras adultas e sua posterior extração ao atingirem o tamanho apropriado para comercialização.
A prática da ´engorda` de ostras expandiu-se entre as comunidades extrativistas locais, ocorrendo conjuntamente com o extrativismo e as reduzidas experiências de cultivo integral a partir de captação de sementes em ambiente natural, explica Marcelo.
Embora seja apenas uma etapa do processo de cultivo de ostras, dizem especialistas, a ´engorda` representa um ganho ambiental, pelo incremento da atividade reprodutiva das ostras nos viveiros durante o tempo que permanecem na água, pois exemplares a partir de 20 mm já são sexualmente maduros. Além disso, proporciona agregação de valor ao produto, melhorando sua remuneração.
Mais da metade da produção total de ostras de Cananéia ainda é proveniente do extrativismo, porém cerca de 40% já é oriunda de viveiros de ´engorda`. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi comparar, zootécnica e economicamente, os sistemas de cultivo integral e de ´engorda` da ostra-do-mangue, praticados na região de Cananéia, a fim de demonstrar qual o método mais rentável.
O cultivo integral, como foi proposto, não demonstrou viabilidade econômica frente aos preços de venda praticados no mercado local de Cananéia. Por outro lado, o cultivo de ´engorda`, que é o mais praticado pelos maricultores, mostrou-se altamente viável, de acordo com os indicadores econômicos utilizados, e atrativo, pela rapidez de retorno do capital investido.
Além de se apresentar rentável, a engorda` promove uma mudança de comportamento nos extrativistas de ostra, ressaltam os autores. Embora as ostras cultivadas também provenham da natureza, seu aproveitamento utiliza plenamente o potencial de crescimento e reprodução. Desse modo, apesar de extrativo na fase inicial, o sistema apresenta-se sustentável no final do ciclo de produção, promovendo oportunidade de melhor negociação e disponibilidade de oferta conforme a demanda, garantindo o atendimento do mercado consumidor com um produto padronizado e não sazonal (a íntegra do texto do jornalista Antonio Carlos Simões está disponível em www.pesca.sp.gov.br).
Outras informações podem ser obtidas com o pesquisador Marcelo Henriques Barbosa (henriquesmb@pesca.sp.gov.br).
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