Curso orienta sobre controle da Sigatoka Negra, no Vale do Ribeira
Data da postagem: 19 Maio 2008
Medidas de identificação, monitoramento e controle da Sigatoka Negra serão apresentadas em curso que o Pólo APTA Vale do Ribeira vai realizar no dia 27 de maio, em Registro (SP). O Pólo é vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O curso tem a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da EMBRAPA Mandioca e Fruticultura Tropical.
A Sigatoka-Negra é considerada a mais severa e destrutiva doença da bananeira no mundo, afetando o rendimento bruto da cultura, segundo o engenheiro agrônomo Wilson da Silva Moraes. Há registros na América Central que a agressividade da doença foi suficiente para substituir a Sigatoka-amarela num período de quatro anos e quadruplicar o numero de pulverizações de fungicidas.
Na Região Sudeste, os municípios paulistas produtores de banana convivem com a doença desde 2004, de acordo com Moraes. A detecção da presença de Sigatoka Negra nos bananais do Vale do Ribeira trouxe enormes preocupações não apenas por se tratar da principal região produtora paulista como por ser a banana o principal produto da agropecuária numa região colocada entre os piores indicadores de desenvolvimento humano no contexto estadual.
Quase 80% da produção de banana estão concentrados nos municípios da região do Vale do Ribeira, segundo Wilson Moraes. O clima tropical, úmido e bastante influenciado por massas de ar oceânicas vindas do Sul (que são barradas pelo relevo e ali precipitam, causando o maior índice pluviométrico do país) mostra-se propício para o desenvolvimento tanto das plantas de bananeiras (produtividade média de até 22,5 toneladas por hectare) como também do fungo, agente causal da Sigatoka Negra.
O controle da doença tem por base a utilização de cultivares resistentes, manejo cultural e de fungicidas sistêmicos e protetores, informa Moraes. Entretanto, a produção comercial de bananas só é possível se levar em conta um sistema de manejo integrado da Sigatoka Negra. Para isso, torna-se necessário o conhecimento geral sobre a doença por parte dos técnicos e bananicultores.
Apesar de eficiente, o controle da Sigatoka Negra com sucessivas aplicações de fungicidas sistêmicos e protetores e práticas culturais envolve custos elevados devido ao uso de aeronaves, instalação permanente de pistas de decolagem, tanques misturadores e abastecedores, além do próprio custo da aplicação, diz Moraes. De modo geral, o custo de proteção dos bananais recentemente atacados pela doença tornou-se impraticável para a maioria de pequenos produtores de banana, a mais afetada pela doença.
Estas e outras informações serão transmitidas pelo engenheiro agrônomo Wilson Moraes durante o curso, que será realizado, a partir das 8 horas, na sede do Pólo APTA Vale do Ribeira, na Rodovia BR 116, Km 460 Registro (SP). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3856-1656 ou pelo e-mail: polovaledoribeira@apta.sp.gov.br.
José Venâncio de Resende
Assessoria de Comunicação Social
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