Uma biofábrica de Patos de Minas, em Minas Gerais, utilizará a tecnologia de controle biológico desenvolvida pelo Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, para produzir fungos entomopatogênicos que serão usados para controle da cigarrinha-da-raiz, na cana-de-açúcar, e mosca-branca, na produção de soja.
O Instituto Biológico fechou parceria para transferir tecnologias e conhecimentos à empresa NOAA Ciência e Tecnologia Agrícola, que se tornou a quinta parceira do órgão na área de assessoria técnica de biofábricas em 2016. Outros dois contratos foram renovados.
Os trabalhos do IB envolvem a transferência de cepas e a assessoria técnica para produção dos fungos entomopatogênicos, treinamento para produção e fermentação sólida e análises de qualidade dos produtos. “O objetivo é promover a qualidade dos produtos ofertados pelo setor privado na área agropecuária”, afirma José Eduardo Marcondes de Almeida, pesquisador do instituto.
Anualmente, são produzidas cerca de cinco mil toneladas do fungo Metarhizium anisopliae, IBCB 425, isolado pelo IB para controle da cigarrinha-da-raiz na produção de cana, misturado no arroz. “É no arroz que o fungo se desenvolve, por isso, temos essa estimativa de volume. Com essas cinco mil toneladas, é possível fazer o controle biológico de um milhão de hectares de cana”, explicou Almeida. O volume de negócio é estimado em R$ 50 milhões, por ano.
O Beuveria bassiana, IBCB 66, também foi isolado pelo IB e é utilizado no controle da mosca-branca na cultura da soja. “Cerca de quatro mil toneladas de arroz são produzidas por ano para o controle biológico em 100 mil hectares da leguminosa”, afirma. Neste caso, o volume de negócio, por ano, seria de R$ 5 milhões.
Almeida estimou que o IB atenda 90% das biofábricas brasileiras, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso, Paraná e Bahia. “O Brasil possui cerca de 50 biofábricas nessa atividade e o IB atende 46, responsáveis pela geração de mais de dois mil empregos diretos e indiretos. Elas atuam na produção de patógenos para controle de pragas e doenças na cana-de-açúcar, soja, banana e milho”, diz. O instituto de pesquisa paulista já treinou mais de 550 profissionais na área.
“Temos trabalhado para criar mecanismos para facilitar essa interação entre nossos institutos e a iniciativa privada. Esta parceria traz retornos positivos para as instituições, empresa e sociedade, por isso, é uma orientação do governador Geraldo Alckmin”, ressalta Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento.
As novas parcerias do IB na área em 2016 foram firmadas com as empresas Stoller do Brasil, em Paulínia, Bionature SRL, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, Gênica Inovação Biotecnológica, em Piracicaba, e Biosoja Fertilizantes e Inoculantes, em São Joaquim da Barra. O instituto também renovou o contrato com a Vital Brasil Chemical Indústria e Comércio de Produtos Químicos, em Barretos, Bellagro Tecnologia, em Bom Jesus dos Perdões, e Tecnicontrol Indústria e Comércio de Produtos Biológicos, em Piracicaba.
Por Fernanda Domiciano
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