Balança Comercial do Agro Paulista registra superávit de US$ 12,81 bilhões no acumulado de sete meses

Na análise setorial do agronegócio, no acumulado de janeiro a julho de 2025, comparado ao mesmo período de 2024, o setor paulista apresentou redução de 7,6% nas exportações, totalizando US$ 16,22 bilhões, e aumento de 4,0% nas importações, alcançando US$ 3,41 bilhões. Como resultado, o saldo da balança comercial registrou superávit de US$ 12,81 bilhões, representando queda de 10,2% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior.

“Entramos no segundo semestre com a confiança de quem já alcançou importantes resultados, mas também com a consciência dos desafios que estão por vir. O agro paulista se fortalece quando une tradição, tecnologia e gestão eficiente, e é com essa energia que vamos avançar para fechar 2025 com ainda mais conquistas para o campo e para a economia do Estado”, Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O relatório técnico, elaborado por Carlos Nabil Ghobril, diretor da APTA, instituição vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em parceria com o pesquisador José Alberto Ângelo e a pesquisadora colaboradora Marli Dias Mascarenhas Oliveira, ambos do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), reúne os dados apresentados.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total das exportações do Estado, nos sete primeiros meses de 2025, foi de 40,4%, enquanto a participação das importações setoriais atingiu 6,8%. Em comparação a 2024, houve recuo de 3,4 pontos percentuais (p.p.) nas exportações e de 0,8 p.p. nas importações.

Ressalta-se que as exportações paulistas dos demais setores da economia (excluindo o agronegócio) somaram US$ 23,88 bilhões, ao passo que as importações alcançaram US$ 46,89 bilhões, resultando em déficit de US$ 23,01 bilhões. Dessa forma, constata-se que o superávit do agronegócio paulista foi determinante para amenizar o déficit total da balança comercial do Estado.

Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos
Os cinco principais grupos de produtos exportados foram:
● Complexo sucroalcooleiro: representa 27,9% do total exportado pelo agro paulista, US$ 4,52 bilhões, sendo que o açúcar representou 92,5% e o etanol, 7,5%.
● Setor de carnes: responsável a 14,3% das vendas externas do setor, totalizando US$ 2,31 bilhão, com a carne bovina respondendo por 84,3%.
● Complexo da soja: equivale a 10,9% do total exportado, registrando US$ 1,78 bilhão, sendo 81,9 % soja em grãos e 12,7% farelo de soja.
● Produtos florestais: representam 10,9% do volume exportado, com US$ 1,77 bilhão, com celulose representando 54,1% e papel 36,5%.
● Grupo de sucos: responde por 10,7% de participação, somando US$ 1,73 bilhão, dos quais 97,7% correspondem ao suco de laranja.

Esses grupos representaram 74,7% das vendas externas setoriais paulistas. O café participa com 6,8%, ocupando a sexta posição, com US$ 1,10 bilhão exportados (café verde: 74,4%; café solúvel: 21,4%).

Comparando com o mesmo período de 2024, destacam-se aumentos expressivos no café (+49,6%), carnes (+27,7%) e sucos (+24,1%), enquanto houve quedas no complexo sucroalcooleiro (-36,8%), produtos florestais (-3,2%) e complexo soja (-1,5%). Tais variações refletem oscilações combinadas de preços e volumes exportados.

Principais destinos do Agronegócio Paulista
China: representa 23,9% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja (32%), carnes (25%), florestais (17%) e açúcar (15%);
União Europeia: tem 14,7% de participação, sendo os principais itens sucos (35%), café (19%) e demais produtos de origem vegetal e florestais (10%);
Estados Unidos: somam 13,8% de participação, comprando sucos (33%), carnes (15%), produtos de origem animal (12%), café e produtos floretais (9% cada), e sucroalcooleiro (7%).

Participação do Estado de São Paulo no Cenário Nacional
As exportações paulistas representaram 16,6% do total nacional, recuo de 1,4 p.p. em relação a 2024. As importações setoriais passaram de 29,2% para 28,7%, queda de 0,5 p.p.. No ranking nacional, os grupos de produtos em que São Paulo deteve participação superior a 50% do valor exportado foram: sucos (85,5%), produtos alimentícios diversos (69,0%), plantas vivas e produtos de floricultura (65,3%), demais produtos de origem vegetal (62,7%) e complexo sucroalcooleiro (57,3%).

Entre os principais estados exportadores do agronegócio, São Paulo ocupa a segunda posição (16,6%), atrás de Mato Grosso (17,6%), seguido por Minas Gerais (11,7%), Paraná (10,2%), Rio Grande do Sul (7,7%) e Goiás (7,0%). Esses seis estados somam 71% das exportações brasileiras do setor.

Desempenho do Agronegócio Brasileiro
As exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 97,52 bilhões (49,3% do total nacional), apresentando leve queda de 0,1% em relação a 2024. As importações aumentaram 5,8%, chegando a US$ 11,89 bilhões (7,4% do total nacional). O saldo da balança comercial do setor foi de US$ 85,63 bilhões, recuo de 0,8% frente ao ano anterior.

O agronegócio foi determinante para evitar déficit no comércio exterior brasileiro, já que os demais setores registraram exportações de US$ 100,49 bilhões e importações de US$ 149,14 bilhões, resultando em déficit de US$ 48,65 bilhões.

Exportações Brasileiras por Grupos de Produtos
Os cinco principais grupos foram:
● Complexo soja — US$ 36,10 bilhões (soja em grão: 84,3%; farelo de soja: 13,0%);
● Carnes — US$ 16,73 bilhões (bovina: 53,0%; frango: 32,7%; suína: 12,0%);
● Produtos florestais — US$ 10,05 bilhões (celulose: 61,5%; madeira: 24,2%);
● Café — US$ 8,97 bilhões (café verde: 91,8%; café solúvel: 7,3%);
● Complexo sucroalcooleiro — US$ 7,90 bilhões (açúcar: 93,2%; etanol: 6,6%).

Esses cinco grupos somaram 81,8% das vendas externas brasileiras do setor. O grupo de cereais, farinhas e preparações (US$ 2,95 bilhões), com o milho em grão representando 66,1%, ocupa a sexta posição.

Por Janete Galbiati

Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta)
Núcleo de Comunicação Científica
janete.galbiati@sp.gov.br